Sim, sou uma ex-gorda em recuperação ❤️‍🩹

Em miúda, os doces eram tanto uma perdição como um escape, como os meus pais estavam separados conseguia “jogar” acerca do que comia com um e com o outro.
Desta forma cresci com uma necessidade de açúcar incontrolável, devorava tabletes de 100gr como quem come três quadrados. Como antes não existia grande informação as pessoas ainda “aplaudiam e riam-se” como se de uma habilidade se tratasse.
Na adolescência, sobretudo em momentos de tristeza, insegurança, solidão, na mudança de idade (…) o meu corpo pedia-me doces, quase como se “a comer” os meus problemas desaparecessem, tinha de obedecer, parecia que não era eu que me controlava.
Claro que me comparava com as minhas amigas, em momento algum me senti bonita ou sequer merecedora de qualquer elogio, por isso criei técnicas para não ser excluída e tornei-me na “cool do grupo”, todos se riam comigo e eu até dizia “ahah os gordinhos são sempre muito engraçados😎”, tive problemas de autoestima reais e constantes sem sequer me aperceber. Ao gozar comigo criei uma proteção e desvalorizei um problema que era real, que precisava de ajuda e de atenção. Eu tinha uma dependência.
Claro está que cresci, a época dos namoros começou e eu passei do 8 ao 80, fiz todas as dietas loucas que possam imaginar, como: comer apenas ameixas durante o dia, fazer dias de jejum seguidos apenas com chá (…), tudo sem ninguém reparar, desta vez culpava o crescimento “estou a crescer, já comi fora, já comi antes de acordarem….”
Depois entrei para o ginásio, lá ia eu para tudo o que fosse para queimar e só tivesse de carregar no “ON”.
Queria ser e estar MAGRA, mesmo que isso me custasse a saúde. Ver os meus ossos ao espelho era sinal de sucesso.
Descobri que nunca gostei de mim… se não fosse a barriga eram as pernas, se não fossem as pernas eram os braços…
O problema maior sempre esteve na cabeça. Na minha busca incessante por alguma coisa que amparasse as minhas dores e me justificassem “o porquê” de já ter passado por tanto sendo eu ainda “tão pouco tempo e maturidade”.
Agora aceito-me. Não sou um tamanho, sou o meu coração.
Estou a aprender a gostar de mim e a defender-me de outras formas, mas boicotei-me muito e maltratei-me ainda mais.
Não sejas como eu e procura ajuda para combater os teus fantasmas, tu vales a pena! ❤️

 cresci com uma necessidade de açúcar incontrolável, devorava tabletes de 100gr como quem come três quadrados. Como antes não existia grande informação as pessoas ainda “aplaudiam e riam-se” como se de uma habilidade se tratasse.
Na adolescência, sobretudo em momentos de tristeza, insegurança, solidão, na mudança de idade (…) o meu corpo pedia-me doces, quase como se “a comer” os meus problemas desaparecessem, tinha de obedecer, parecia que não era eu que me controlava.

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